eu não sei como tudo isso começou. e não importa quanto tempo passe, grande parte dele, não encontro o sentido. mas vivo, mas sinto. eu sinto o efeito do afeto. eu sinto a falta do afeto. eu sinto as cores se misturando, eu sinto tudo crescendo, tudo mudando. tudo gritando. tudo calando. eu sinto tanto.
você cresceu em mim de um jeito inimaginável. você é minha maior ambivalência. às 17h eu quero viver em você, às 23h eu não consigo mais. quero fugir, voltar, mudar de direção, quero viver calmaria, respirar maresia… e você, você me faz sentir extremos, tanto, muito, sempre, intenso. você me traz paz. você me tira a paz. eu decidi viver você com a cara e a coragem. coragem que eu nem sei de onde tirei. até hoje, não sei. já são tantas memórias contigo que me pego rindo, sozinha, na madrugada de uma segunda. me pego chorando, sozinha, na madrugada de uma segunda. fecho os olhos e te vejo com clareza, beleza, carinho… com afeto. você me afeta. mas é mais uma madrugada que a garrafa de vinho é só minha e a taça segue solitária na janela.
você é. mas talvez…