previsão de tempo errada

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é sexta, a temperatura caiu um tanto – de novo. to doente há uns dois meses, talvez mais. quase 2 anos de SP e meu corpo ainda não aceita as mudanças drásticas de temperatura, afinal, são 4 estações, variações climáticas de 20 graus, sol de dar insolação e chuva de granizo… em um único dia. e ainda falam que não existe aquecimento global e ainda falam que você tem que dar conta e ainda falam que precisa fazer mais e ainda falam que precisa estar disponível e ainda falam que precisa estar online e ainda falam que são só mais 3 anos e 3 meses e ainda falam que ele não passa do segundo ano e ainda falam que tudo vai melhorar e ainda falam que no shopping metrô é mais barato, porque lá fora é 15 e aqui dois é 10… e ainda falam demais. eu falo demais. aí tive a genial ideia de pedir pro universo me ajudar a conter minhas palavras: faringite. cuidado com o que e como pede pro universo. eu mesma só queria um pouquinho mais de autocontrole, fica dica pra ser mais específica no próximo pedido.

mas eu comecei a escrever porque hoje é sexta, a temperatura caiu um tanto – de novo. to doente há uns dois meses, talvez mais… e hoje resolvi me mimar, fazendo panquecas de banana com geléia de morango e um café-preto-sem-açúcar-por-favor, do jeito que eu gosto. hoje resolvi me mimar porque, sabe… apesar de tentar me sustentar nas good vibes a maior parte do tempo, de tentar viver na leveza a ponto de ter tatuado a palavra no ombro, tem dias que… tem dias que. fora essa sinusite-laringite-faringite-seja-lá-o-que-for-cada-médico-diz-uma-coisa-senhor-me-ajuda-não-aguento-mais-socorro que me acompanha e já tirou toda a minha paciência (acabou a cota de 2019, favor esperar 2020), meu estômago tá destruído de tanto remédio. tomei tanto corticoide e antibiótico que, num mês de uma TPM excepcionalmente forte que nem eu tava me aguentando, minha menstruação resolveu atrasar um monte – e minha TPM resolveu ser fofa e ficar comigo pra não me deixar sozinha com a sinusite-laringite-faringite-whatever socorro! -, e foi tanto remédio que nem estranhei o atraso. também não estranhei que minha pele tá terrível, meu cabelo esquisito, to sempre cansada, inchada num ponto que nenhuma roupa cai bem e numa ansiedade “sem explicação” que não me larga, me acelera e me faz querer comer o mundo como se não houvesse: amanhã, viagem pra um destino biquíni em duas semanas ou um encontro que vai me esclarecer um tanto sobre mim (como eu disse, ansiedade “sem explicação”). mas o mais ridículo é que se passaram dois meses e… eu sigo doente, ansiosa e impaciente.

ontem quis uma cerveja como poucas vezes na vida. abri a geladeira, olhei para elas, elas olharam para mim, peguei todos os legumes que tinha, fiz uma sopa e jantei quietinha no sofá assistindo Grey’s Anatomy (sim, sou guerreira e to aí terminando a 15a temporada). respirei, entendi que, no meio dessa bagunça toda, meu corpo tá gritando que tá tudo uma bagunça mesmo e que eu preciso desacelerar, parar, respeitar, respirar, conectar e ouvir o que ele tá me falando. pessoas falam demais, eu falo demais, corpos também falam demais. fugir pras redes sociais, pra cerveja, pro vinho, pros livros, pro bar, pra fora, pro externo… nada disso vai me ajudar agora. falei algumas vezes que vou viajar para desconectar, mas, não. vou para conectar… comigo. tem algo gritando aqui dentro e, dessa vez, tá realmente difícil de entender… ou aceitar, ainda não sei ao certo. mas hoje eu resolvi desaba(fa)r, tentar e me mimar… “pode crer, pode crer, pode crer, vou me levantar”, porque é sexta, a temperatura caiu um tanto – de novo. to doente há uns dois meses, mas hoje eu decidi que “previsão do tempo errada, diz que o dia hoje seria frio, mas hoje fez um dia quente, fez um dia lindo”.

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